06 março, 2013

Lauras da vida

Fazia já um tempinho que eu não acompanhava novelas, tanto pelos horários quanto por não querer assistir mesmo, não me atraiam mais.

Depois, quando nosso fretado passou a ter TV comecei acompanhar as novelas das seis_ah! e Malhação também!rs,rs,rs_até por não ter muita opção, ou era assistir ou dormir. Na sorte bater um papo quando se tinha uma companhia legal.

Então assisti Amor, eterno amor, que achei bonitinha e agora Lado a Lado. Sim, sim, já faz alguns meses que o fretado acabou, mas é que gostei tanto dessa novela que corro para casa para assistir pelo o menos o finalzinho de cada capítulo.

E me lembro que logo de cara me apaixonei pela personagem Laura_interpretada pela Marjorie Estiano_uma moça que, apesar de toda a imposição da sociedade e principalmente da sua mãe, estudou, tinha uma ótima cultura e principalmente um senso moral e ético exemplar. 
E sempre eu pensava: nossa, se essa personagem for inspirada em uma pessoa real vou me tornar fã dessa mulher!!
Como já faz alguns dias que não consegui assistir não sabia que a Laura estava internada em um manicômio, agora dando uma olhadinha no site da UOL, vi uma matéria sobre isso e descobri uma triste realidade, a personagem foi inspirada sim, mas não em uma única mulher, mas em várias, que sofreram MUITO por apresentarem interesses diferenciados naquela época e que foram duramente castigadas por isso.

Assim como muitas coisas hoje nos chocam, saber dessas coisas do passado também é de deixar a gente indignada, como esse tipo de situação acontecia? E ninguém fazia nada?

Veja abaixo um trecho da matéria e essa triste realidade:



"Era uma prática comum no século XIX, que perdurou até meados do século XX. No estudo que nossa pesquisadora, Luciane Reis, fez pra gente, os prontuários dos médicos eram impressionantes. As justificativas para a internação parecem inverossímeis aos olhos de hoje. 'A paciente apresenta grave obsessão por livros', 'desprezo pela família', 'excitação sexual nervosa', 'recusa em ter filhos'”, explicou a autora, acrescentando que essas mulheres tinham algo em comum.



“Um dado notável é que boa parte das pacientes nos sanatórios era mulheres que haviam estudado além do estipulado para as mocinhas na época, que só aprendiam o suficiente para ler, escrever e fazer contas. Elas foram além, fizeram o curso normal ou ainda eram normalistas, dedicavam-se ou não ao magistério, mas eram mulheres com o intelectual acentuado, com interesses sociais e profissionais, que fugiam à ideia do casamento e da maternidade como o único destino possível. Foram tantas mulheres que passaram por isso que os seus nomes só chegaram a nós por meio de suas tristes histórias, já que todo o impulso delas de independência foi sufocado pelos familiares, o pai ou o irmão, ou pelo marido, que tinham a autorização para interná-las mesmo contra a vontade. Quer dizer, eles tinham o poder de julgar e decidir se suas esposas, irmãs e filhas eram loucas ou não, e interná-las caso assim desejassem. Do mesmo modo, só eles, ou uma junta médica, podia tirá-las do sanatório, ou deixá-las para sempre lá, como foi o caso de muitas", completou.


A matéria completa está aqui. 

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