17 fevereiro, 2008

Do mundo dos posts perdidos

Cabeçona que sou, só agora achei uma pastinha com vários posts que eu achava que tinha perdido mas tinha salvado como rascunho. Doida.


10/12/2007

Sexta a tarde tive uma crise de enxaqueca que acredito a foi pior que já tive. Aliás, já fazia muito tempo que não tinha enxaqueca e quanto mais desse jeito, com direito a manchas na vista e tudo. Horrível.
Sábado trabalhei das 07:00 às 19:00. Dureza. Só na base de frutas, vitamina e batata frita pois sempre me dá vontade de comer coisas salgadas quando a crise começa a passar.
Domingo levantei animada por incrivel que pareça. Comecei a recolher as roupas sujas e ao mesmo tempo fui dando uma organizada básica no armário. Lembrei da àrvore de Natal e pensei, "depois que terminar de lavar a roupa vou procurá-la para colocar na sala". Olhei prá pilha, ou melhor, para as pilhas de roupas para passar (agora são duas) e pensei: "vou tentar passar pelo o menos um pouco mais tarde".
Joguei toda roupa suja pela sacada e desci com mil coisas prá fazer na cabeça. Mal começo a lavar roupa, toca a campainha, era meu cunhado querendo se o homem tinha vindo para tirar a terra da garagem (terra que sobrou depois de termos reposto a grama no quintal), respondi que não e ele falou: vou ver se eu encontro outro, se eu achar falo para ele vir aqui.
Estavámos há duas semanas com essa terra na garagem e não conseguiamos encontrar um desses homens que catam lixo reciclável com seus carrinhos para eles tirarem a terra de lá.
Alguns minutos depois toca a campanhia de novo, é o meu cunhado com um menino de carroça: ele vai tirar a terra prá você!
Aí começou o forfer. Zeca latindo pro menino, menino com medo do Zeca, meu cunhado tentando mudar a coleira dele do lugar para o menino conseguir trabalhar, eu ligando pro Marcos para saber como fazia para soltar a bendita coleira...Depois resolvemos trocar a coleira dele, o Zeca todo agitado, meu cunhado surpreso com a força que ele tem, eu tentando acalmar o Zeca, menino só de olho encostado no portão. Derepente o Zeca escapou das nossas mãos e gritamos em uníssomo: Fecha o portão! O menino leva um susto danado e mais do que rápido pulou prá fora e bateu o portão. Tive uma crise de riso. Decidimos deixar o Zeca preso na área. Quando abrimos o portão da garagem e ele vê o cavalo, começa uma sessão de latidos que quase ficamos loucos. Desligo a máquina e me junto a eles. Meu cunhado foi atrás de uma pá e coração de ouro que é começou a ajudar o menino enchendo as caixas improvisadas para ele carregar a terra. Eu pego uma enchada e ajudo como dá. Papo vai, papo vem, descobrimos que o garoto tem 15 anos. Não daria prá ele mais de 10, juro. Mas que bom, este ano ele termina a 8ªsérie e já o alertamos: não é para parar de estudar heim? Tem mais 3 irmãos. Trabalha catando coisas na rua para vender para o ferro-velho. Você é corintiano né? Eu? Não! Sou São Paulino. Quase me mato de rir da cara que meu cunhado fez. E eu aqui te ajudando? Se eu soubesse tinha ficado ali ó sentado vendo você trabalhar. Até parece!
Corro lá dentro pego algumas camisetas para dar para o garoto, alguns pacotes de bolacha, um boné, R$20,00 ponho tudo dentro de uma sacola e entrego para ele. Fico pensando nele o dia inteiro, já queria comprar material escolar, roupas, tudo prá ele.

Comentei esses dias com minha irmã, a gente só lembra de ajudar essas pessoas no Natal, montamos sacolinhas, doamos alimentos, e no resto do ano eles não precisam mais? Nós somos hipócritas, disse a Alessandra que ouvia nossa conversa. Ela tem razão.

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