17 fevereiro, 2008

Buda - O mito e a realidade (cont.)

(Primeiros trechos aqui.)

Portanto,podemos distinguir duas mentes: a das impurezas e a búdica. A primeira é incontrolável como um cavalo chucro. Ela é rápida, marota, fingida e gosta de pregar peças. E nós, muitas vezes, nos deixando enganar por ela. A mente impura derrota nossa mente búdica porque não somos capazes de distinguir uma coisa da outra. Ela faz nosso corpo sofrer. Permitimos que ela se deixe dominar pela enxurrada de ilusões e impurezas que nos são trazidas pelo desejo e pelo apego. Sempre foi assim. A mente ilusória abre mão do poder de controlar seus atos, o que é um perigo, porque ela controla o corpo e a vida. Não existe no mundo nada mais poderoso do que a mente. Ela é capaz de criar as piores armas de destruição em massa e os mais temíveis demônios, aqueles que nos impedem de dormir à noite ou de passar sozinhos nos lugares escuros. Tudo está contido na mente e nada está fora dela. É melhor não deixá-la a vontade. Controlar a mente dá muito trabalho. Talvez essa seja a maior dificuldade para quem quer seguir o Budismo.

...O controle da mente impura proporciona o domínio dos três venenos identicados por Buda: cobiça, ignorância e ira. Esta pode ser desdobrada em raiva, ciúme, crueldade,abuso e satisfação quando outras pessoas sofrem. Como se o sofrimento dos outros aliviasse o nosso. Isso quer dizer que irá é capaz de destruir a bondade e prejudica o caminho do meio. Devemos nos perguntar constatemente se estamos prejudicando outras pessoas e aumentando nosso carma negativo. A constatação é simples, basta avaliar se as pessoas à nossa volta estão felizes ou infelizes. Se somos capazes de espalhar felicidade por que fazer ao contrário? A compaixão é a superação da ira; podemos obter o que precisamos da forma mais humana e búdica possível. O cotidiano, impulsionado pelo capitalismo hiperativo, mantém as pessoas sob constante sensação de insatisfação. Queremos cada vez mais. Se não temos, ficamos infelizes; se alcançamos as metas impostas, novas metas mais difíceis são acertadas. Continua a infelicidade. No plano pessoal, é possível nos acostumarmos a ficar felizes com o que possuímos e satisfazer com tranquilidade as necessidades. Os budistas querem alcançar o nirvana, por isso a preocupação de acumulação desnecessária não faz parte de suas prioridades.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Olá Enide!
      Olha só, você veio ler esse post aqui mais antiguinho (2008!) e eu acabei relendo esses trechos do livro. Como são bons não? rs,rs,rs. Foi muito bom lê-los de novo. Realmente esse livro é muito bom, se puder ler inteiro não vai se arrepender.
      Fique a vontade por aqui, no meio das bobeirinhas você vai achar algumas legais. :-)
      Beijos!

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