19 janeiro, 2011

E no meio do caos, a loucura.

Em uma madrugada de dezembro, o Marcos sem sono desceu para ver TV e acabou por assistir o filme Erin Brockovich, uma Mulher de Talento e no dia seguinte ficamos a comentar sobre o filme, a atitude da tal Erin.
Eu assisti esse filme há anos atrás, mas me lembrava razoavelmente da história, o Marcos ficou pensando sobre como as pessoas ao se envolverem em uma grande causa geralmente se esquecem, ou pelo deixam em segundo plano, as pessoas mais próximas, na maioria das vezes a família.
Eu não digo que isso não é verdade, mas acho que nesses casos é, não sei se essa é a melhor palavra, necessário.
Para pequenas (e não menos importantes) causas pelo próximo nos exige muito pouco, uma doação, uma caixa de leite, um cobertor. E essas mechem o mínimo em nossas rotinas. Já as grandes, hã, essas nos exigem muita coragem e dedicação, por isso são tão pouco abraçadas, por isso poucos se atrevem a fazê-la.
Será que é tão errado assim, nesses casos, deixarmos um pouco nossos entes queridos em nossas casas, seguros e cuidados e dedicarmos ao próximo que passa por uma necessidade grande?
Lógico, e isso eu mesma sempre digo isso, o ideal é sempre buscarmos pelo equilíbrio, mas também não podemos ficar parados caso ele não exista.
Nessas situações me lembro de pessoas como, Madre Teresa, Gandhi, Irmã Dulce e penso que bom que eles não deram ouvidos (que com certeza eles devem ter ouvido muito deles) aos comentários de que sua vontade era loucura, impossível. Que seus parentes ficaram preocupados por se exporem tanto a doenças, as misérias e ao jogo sujo da política.
E já perceberam o quanto esses exemplos são escassos? Somos quantos milhões no mundo e quanto exemplos temos como esses?
Bom, eis que estamos aí com as chuvas que com tantos excessos a água está ecoando por lugares errados. Excesso de água com excesso de cimento e lixo boa coisa não daria...
Ontem foi mais um dia desses.
Voltando para casa no fretado, quase 21h, finalmente conseguimos entrar no centro de Santo André.
Em um determinado semáforo, que lógico não estava funcionando, ouvi uns comentários dentro do ônibus:
- Olha o rapaz no meio da rua...o que ele está fazendo?
- Tem jeito de louco...
- Ah, prá ta fazendo isso tem que ser louco mesmo.
Eu não tinha visão da cena, mas consegui entender o que estava acontecendo, um rapaz, diante do semáforo quebrado fez as vezes do guarda de trânsito e começou a organizar o fluxo dos carros, uma hora ele parava uma passagem e liberava a outra e vice-versa. Com seu assovio imitava o apito que os guardas utilizam nesses casos e mandou ver.
Quando avançamos, coloquei a cabeça para fora da janela e consegui vê-lo, um rapaz simples de roupas gastas. Dei um sorrisão para ele de “obrigada” que ele entendeu e respondeu com um aceno de mão como quem dizia: De nada.
Diante de todo aquele caos, ruas alagadas, árvores caídas, trânsito caótico, todos só pensavam em como chegar as suas casas. E esse rapaz, magnantemente pensou, “vou ajudar o pessoal no trânsito”.
Aí penso eu, será que se ele tivesse uma casa para ir, uma família esperando, ele teria se preocupado com isso? Se ele estivesse dentro do seu carro, teria se preocupado em parar e ajudar ou só pensaria que já era 21h e não estava em casa ainda. Se a sua casa tinha entrado água ou não, se tinha energia ou não...
Quantas pessoas ontem a noite ele ajudou com sua atitude?
Lembram da música da Legião Urbana, Há tempos, que eu destaquei um trecho aqui no blog dias atrás? Pois é, eu também fiquei matutando sobre esse trecho por dias, e a frase "Ter bondade é ter coragem" não saiu da minha cabeça. Me fez refletir muito.
Juntei o filme da Erin, os exemplos das pessoas citadas, esse trecho da música e o exemplo do rapaz e uau! Minha cabeça não pára mais.
Enfim. Digitaria muito aqui para expor tantos pensamentos, tantas reflexões, pensei em vir aqui somente para dizer:
Que bom que no meio do caos tinha um louco e como o mundo anda necessitado deles...

P.S 1: Acredito que existam muitos anônimos que façam tanto quanto os exemplos das pessoas citadas acima, mas ainda acho também que infelizmente é um número pequeno.
P.S 2: Não acho que nenhuma atitude de ajuda seja pequena ou pouca, mas acredito que na maioria das vezes podemos fazer mais.
P.S 3: E o mais importante: não me excluo das reflexõess que fiz e expus nesse texto.
P.S 4: Tô doida para ver o filme da Erin de novo! :-)

6 comentários:

  1. Este exemplo, tocante, veio para te inspirar, para também distribuir a tua parcela de "loucura" capaz de mudar a rotina, capaz de mudar a história!
    Bela história deste grande rapaz de atitude, e te agradeço por compartilhar!

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  2. Isa, foi isso mesmo. Também captei dessa forma. Obrigada pelas suas palavras, é muito bom quando alguém me mostra que não estou ficando louca (aqui no sentido real da palavra viu? rs,rs).
    Beijos grandes!

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  3. pois é amiga, loucura não: AMOR, o mais puro amor ao próximo que Jesus veio ensinar. Todos os dias eu tenho um grande exemplo dessa dedicação e amor ao próximo, quantas pessoas perderam tudo e passaram por cima de sua própria dor pra estender a mão (literalmente) e socorrer os outros né?!

    Sobre a organização: eu sou uma vergonha pros virginianos, meu marido que o diga...rssss....

    Beijão e obrigada por mais essa lição de amor!

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  4. Querida Alda...

    Sabe que outro diz achei um email seu numa conta de email que eu não uso, ou não usava... rsss Ate te respondi, mas não sei se vc tb ainda usa aquele e-mail! ;)

    Que bom, que apesar do caos das chuvas esta tudo bem, na medida do possivel, por ai! Que bom que existem loucos pelo mundo pra dar exemplos bons! Acho que até eu vou parar pra refletir sobre a "coragem de fazer o bem..."


    Beijos Alda! =)


    PS: Tb vi o filme quando passou na globo de madrugada! rsss

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  5. Oi Cris!
    Realmente, se ficarmos atentos todos os dias veremos exemplos como esses, como dizia Jesus "aqueles que tiverem olhos de ver..."
    E quanto a tal organização...que bom que você não é tão organizada sim! Eu acho que esse hábito em excesso não é bom não viu? Bom eu acho...
    Beijocas!

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  6. Ceisa, flor!
    Eu recebi seu e-mail sim! No final do ano não foi? Então, eu respondi no endereço do e-mail que você disse que acessava com mais frequencia...achou não? Poxa que pena, mas na verdade não tem problema não né?
    O legal é que estamos tentando nos comunicar e mesmo com alguns "ruídos" estamos conseguindo!
    Beijos querida.

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Oi?