02 dezembro, 2015

Depois da castração

Eu não sei se já contei isso. Era um dia bem quente de verão, eu estava em horário de almoço andando pela Rua Augusta e vi a seguinte cena: uma moça, olhando as vitrines, de bermuda e chinelos, numa mão um sorvete de casquinha e na outra uma guia segurando um lindo labrador golden que a acompanhava calmamente. Quando eu vi eu pensei: ahhhh...que delícia! Quero tanto fazer isso um dia. Ainda vou ter um cachorro desse!
E não é que deu certo?
Em 2007 o Zeca chegou enchendo essa casa de alegria.
Mas diferente do tal labrador que eu vi o Zeca sempre foi espoleta, agitadão. E o passear calmamente pela rua com ele era praticamente um sonho.
Aliás, sempre que vejo alguém andando com um labrador calmo pela rua eu penso: como? como esse labrador é calmo assim???
Meus passeios com Zeca sempre foram com frio na barriga, segurando ele com duas guias e olhando pros lados, pro alto, pra trás, para ver se não aparece um cachorro (do céu? rs,rs,rs) ou algo que chame a atenção dele que daí eu tô ferradinha da silva se isso acontecer. Para segurá-lo é um sufoco, ou seja, os passeios sempre foram uma aventura.
Eis que veio a castração...
No dia de tirar os pontos chamei meu sobrinho Felipe para ir comigo, iria ser às 10h00 e as chances de ter cachorros pelo caminho eram altas.(*)
O Zeca parecia que queria tirar todo o atraso dos passeios não dados nesses dias.
Puxou, me arrastou, pintou o sete na rua.
Depois vieram os dias de muita chuva e eu fiquei mais uns dias sem poder levá-lo. Quando saímos de novo achei ele um tantinho mais comportado.
Hoje fomos e...achei ele bem diferente de antes. Não me puxou tanto, me obedeceu mais e na hora da corridinha básica (que ele disparava na minha frente balançando as orelhinhas ao vento) já não correu tanto.
E eu senti um apertinho no coração.
Cadê meu cachorro louquinho, todo serelepe cheirando tudo, me puxando que nem um tourinho quando queria cheirar "aquela" moitinha ali?
Acho que já é o efeito da castração.
Realmente a "energia" do animal cai e eu fiquei pensando: isso é bom ou ruim?
Afinal é a energia que nos dá pique para nos movimentarmos, para ir e fazer acontecer...
Vê-lo assim em outro pique foi meio estranho.
Preciso me acostumar agora. Sei que no caso dele foi necessário mas voltei a ter uns pensamentozinhos se é realmente a castração é o melhor a fazer pelo animal..
Bom sei lá.
Agora acho que o tal passeio igual a moça esteja próximo. E ironicamente não me parece tão legal assim...

(*) Esse dia rendeu um momento muito bom. Na volta do veterinário, chegando aqui na rua de casa, vimos em uma das calçadas um senhor com um cachorro na coleira. Eu e o Felipe nos entreolhamos e...meio que sem dizer nada resolvemos correr com o Zeca tentando assim que ele não visse ou não se empolgasse com o cachorro. Como a rua aqui é sem saída viemos nos três, correndo, com gosto bem no meio da rua, sem se preocupar com carros, no mesmo ritmo, Zequinha no meio de nós, todo felizão. Olhei pro Fê ele todo empolgado e atencioso com a gente. Dava para ver que ele estava gostando também daquilo. Senti uma sensação boa, daquelas que momentos simples mas bons assim nos causam.

3 comentários:

  1. O Fê me contou sobre esse episodio de correr com o Zeca... kkkkk Mas fica tranquila tia, ele nunca perderá a molecagem!! kkkk Beijao, saudades de vocês!

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    1. Oi Carol! É foi bem gostoso esse dia. Obrigada pelo apoio, beijão!

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  2. Eu lembro de vc contando da cena da moça!!!Também acho que a essência alegre do Zeca não será perdida, amiga!!Bjs!

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